Mais um clássico dos quadrinhos de autoria do mestre Frank Miller.
Batman : O Cavaleiro das Trevas, lançado em 1986, nos conta a saga de um Batman já cinquentão e relutante com a "aposentadoria" do homem-morcego.
A trama tem como pano de fundo a iminente guerra nuclear entre os Estados Unidos e a União Soviética, e esse contexto é crucial para o desenrolar da história.
Enquanto os EUA, governado por Ronald Reagan , está cada vez mais reacionário, controlador e autoritário, Gothan City vive dias de cão, com uma onda de crimes sem precedentes e com o Comissário Gordon à poucos dias de sua aposentadoria.
Bruce Wayne sente a necessidade de voltar a ativa, mas o problema é que à mais de 10 anos o governo proibiu super-heróis de agirem em público, jogando-os na ilegalidade.
Somente o Super-Homem continua na ativa, mas trabalhando para o governo americano.
Neste contexto, o retorno do Homem-Morcego agindo na clandestinidade surge como uma afronta a estrutura político-judicial vigente, e claro que o governo não vai deixar por menos.
Ninguém menos que o próprio Ronald Reagan convoca o Superman para dar um fim na "Crise Batman".
Menos mal que o morcegão pode contar com a ajuda do Arqueiro-Verde e de uma jovem que assume o posto de Robin. Sim, não foi erro de digitação, é uma jovem mesmo.
A história toda é muito empolgante, e Frank Miller explora com maestria a contradição de Batman lutar contra o crime ao mesmo tempo em que é perseguido pelo governo, que o considera muito mais que um criminoso.
E a batalha final entre Batman e Superman, além de épica, ganha um forte simbolismo ideológico.
De um lado Batman, como um representante das massas marginalizadas; e do outro o Superman, na defesa de um estado totalitário e falido.
Na real eu deixei muita coisa de fora dos comentários, como o papel da mídia durante todos os eventos e as gangues de "seguidores" do morcego, mas vou parar por aqui e deixar pra quem baixar tirar suas próprias conclusões.
2 comentários:
Bom lembrar sobre o que é esse "clássico instantâneo" do grande FM, com sua contradição explorada e tudo. Sempre lembramos de alguns símbolos fortes, e algumas cenas, aqueles climas todos, mas muitas coisas me escapam e esse resumo-do-resumo-do-resumo da ópera me deu uma boa chacoalhada na lembrança, por exemplo de estarem proibidos por lei os vigilantes, ponto comum a muitíssimos quadrinhos dali por delante, mas não na configuração climática assumida ali e evocada aqui (ficava difícil não citar Watchmen neste ponto complexo, mas são simplesmente os dois marcos dos mais destacados autores que trabalharam com tais gêneros, não é?)
Realmente, não tem como não relacionar Watchmen com este contexto . E confabulando cá com meus botões, creio que duas das melhores passagens são o momento em que batman surge montando um cavalo e lidera uma multidão, e outra é o diálogo com superman durante a luta, o texto é excelente.
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